Dupla de ataque do Real Madrid: eles podem levar o Brasil à vitória na próxima Copa do Mundo?

Se tem uma coisa que o Real Madrid sabe fazer muito bem é investir em jovens jogadores, atletas que podem render e contribuir para com o clube por muitos e muitos anos. Rodrygo e Vinicius Júnior, hoje titulares absolutos da equipe merengue, talvez sejam os melhores exemplos dessa prática. Mas, afinal de contas, será que essa dupla vitoriosa na Espanha será capaz de levar o Brasil à vitória na próxima Copa do Mundo?

A Seleção Brasileira vem perseguindo o título da Copa do Mundo há exatas duas décadas. A última vez que o time canarinho venceu a principal competição de futebol do planeta foi em 2002. De lá para cá, caiu para a França (2006), Holanda (2010), Alemanha (2014), Bélgica (2018) e Croácia (2022). 

Em todos esses anos, a Seleção Brasileira teve atacantes de qualidade – ainda que muitos em idade avançada. É o caso de Adriano e Ronaldo em 2006, Luis Fabiano em 2010, Neymar em 2014, 2018 e 2022. Com exceção da última Copa do Mundo, no entanto, faz tempo que o Brasil não desfruta de uma dupla de ataque que se conhece tão bem.

Vinicius Junior e Rodrygo tiveram a oportunidade de disputar a Copa do Mundo de 2010. Não foram tão mal, mas sofreram com a ausência de um camisa 10 no meio campo, responsável por distribuir jogo e abrir campo para os demais jogadores, e de um camisa 9 que soubesse lhes acionar. No Real, no entanto, os dois conseguem se dar bem mesmo quando não possuem esses apoios.

O desempenho de Vinicius Junior e Rodrygo no Real Madrid 

Para chegar à resposta se essa dupla do Real Madrid será capaz de levar o Brasil à vitória na próxima Copa do Mundo, primeiro é preciso analisar o desempenho de Vinicius Junior e Rodrygo no Real Madrid. Afinal de contas, ambos saíram do Brasil muito jovens para vestir a camisa do considerado maior clube de futebol do mundo – uma pressão e tanto.

Vinicius Junior talvez tenha sido o que demorou mais tempo para se adaptar. Após sua saída do Flamengo, ele acabou não tendo muitas oportunidades no time comandado pelo técnico Zidane. Começou a ser utilizado com mais frequência, no entanto, quando Carlo Ancelotti assumiu em definitivo o comando do clube.

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Já Rodrygo viveu uma situação um tanto quanto diferente. Por mais que tenha feito suas aparições no Real Madrid B, bem como Vinicius Junior, se encaixou muito mais rapidamente no time profissional dos merengues. Isso não significa, no entanto, que foi um artilheiro nato como muitos podem esperar.

O fato é que Vinicius Junior e Rodrygo só começaram a jogar frequentemente juntos pelo Real Madrid da última temporada para cá. Por um bom tempo, o Raio era considerado um reserva de luxo, aquele jogador que vinha do banco para colocar fogo no jogo e, muitas vezes, decidir as partidas – como fez inúmeras vezes na Champions League.

Na atual temporada (2023/24), Vini tem 6 gols e 3 assistências em 13 jogos pelo Real Madrid, enquanto Rodrygo tem 5 gols e 4 assistências em 17 jogos. Pode não parecer muito, mas na prática, a forma como ambos contribuem para a dinâmica da equipe merengue é crucial.

Vini Jr, Rodrygo e a ausência de um centroavante 

Tanto na Copa do Mundo de 2022 quanto em boa parte dos jogos do Real Madrid nas últimas temporadas, Rodrygo não foi titular. O motivo? A Seleção Brasileira e a equipe merengue costumam (ou ao menos costumavam) jogar com um centroavante de referência, e isso fazia com que o Raio ficasse no banco.

No Real Madrid, por diversas vezes o trio Vinicius Junior, Benzema e Rodrygo funcionou. Ainda assim, essa relação era construída muito mais por Vini e o atacante francês, com Raio sendo uma opção que vinha do banco para tirar o jogo do lado esquerdo e colocá-lo também na parte direita.

Na Seleção Brasileira, a situação é um pouco mais complicada. Isso porque o centroavante do Brasil na Copa do Mundo foi Richarlison, um jogador que, apesar de ter ido bem no Mundial, acaba não contribuindo tanto para o jogo dos pontas – nesse caso, Vini Jr (pela esquerda) e Raphinha (que foi titular na maioria dos jogos). 

Essa análise pode estar parecendo um pouco desesperançosa até então, no sentido de se entender que “não, Vini Jr e Rodrygo não conseguirão fazer com que o Brasil vença a próxima Copa do Mundo”. No entanto, esse não é bem o resultado, visto que os dois ainda não foram testados juntos na Seleção da maneira como deveriam.

Como Fernando Diniz utiliza Vini Jr e Rodrygo na Seleção Brasileira 

O técnico do Fluminense Fernando Diniz assumiu o comando da Seleção Brasileira no segundo semestre de 2023. Rodrygo e Vinicius Junior, hoje dois dos melhores jogadores brasileiros em atividade, não ficaram de fora de nenhuma convocação até então – com exceção dos casos em que Vini foi cortado por lesão.

No entanto, apesar da dupla do Real Madrid atuar naturalmente no ataque, Diniz a adaptou para a Seleção Brasileira. Vinicius Junior segue na sua posição preferida, um ponta esquerda de velocidade que se infiltra nas costas dos zagueiros e também leva a bola para a linha de fundo no 1 x 1. Rodrygo, no entanto, não vem como um atacante pela direita – mas sim como um meio-campo, quase camisa 10.

A ausência de um meio-campista clássico na Seleção Brasileira tem feito com que Diniz utilize Rodrygo nesta função. O por que? Se trata, muito provavelmente, do jogador convocado mais capaz de fazer essa função, visto que possui um bom passe e finalização mas, também, enxerga muito bem o jogo ao seu redor.

A escalação, no entanto, destoa completamente da forma como os dois jogadores são utilizados no Real Madrid de Carlo Ancelotti. Mas nem tudo está perdido, afinal de contas, ao que tudo indica o técnico italiano irá assumir o comando da Seleção Brasileira – e aí poderemos ter mudanças significativas na escalação.

Como Ancelotti pode usar Vini Jr e Rodrygo na Seleção?

Mas afinal de contas, como será que Carlo Ancelotti poderá usar Vini Jr e Rodrygo na Seleção Brasileira? A resposta talvez soe mais simples do que realmente é, mas é curta e rápida: como os dois principais atacantes do time, algo que eles já fizeram no Real Madrid mas nunca puderam fazer na Seleção Brasileira.

Atualmente, a Seleção Brasileira sofre com a ausência de um centroavante de referência, um jogador que atue como Benzema atuou no Real Madrid, por exemplo. Ainda assim, Diniz insiste em uma escalação que se utiliza de três atacantes, deixando de potencializar, muitas vezes, os seus pontas.

Com Ancelotti, a Seleção Brasileira pode passar a usar um esquema 4-4-2 em que os dois atacantes são justamente Vini Jr e Rodrygo. O Raio, mais forte e com uma finalização normalmente melhor, seria a referência, enquanto Vinicius seria o suporte e a válvula de escape para jogadas individuais e de velocidade.

É esperar para ver se o técnico italiano, ao assumir a Seleção, provocará grandes mudanças. Uma coisa é certa: se Rodrygo e Vini Jr jogarem no Brasil o que jogam pela equipe merengue, o time canarinho tem plenas condições de chegar ao hexacampeonato em 2026.

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